Logo que entrou na casa foi chamando pela moça. Ele planejava levá-la para sair e a pedi-la em casamento.
A mãe de Marcela chegou na sala com algumas bolsas nas mãos.
- Está acontecendo alguma coisa, dona Lúcia? Onde está a Marcela? – perguntou o rapaz, ficando preocupado.
- Eduardo – começou Lúcia – não precisa se preocupar vai ficar tudo bem. A Marcela está no hospital, ela teve outra crise daquelas. Vamos, tenho que levar essas coisas.
Eduardo pegou uma das bolsas, entrou no carro com Lúcia e seguiram a caminho do hospital.
Quando chegaram ao hospital, uma enfermeira os levou até o leito onde Marcela estava. No corredor havia uma placa dizendo: UTI.
- Por que estamos aqui? – perguntou Eduardo.
- Parece que o estado da garota é grave. Ela teve que ser transferida para cá. – informou a enfermeira.
Marcela dormia como um anjo. Lúcia segurava a mão da filha com os olhos fechados – parecia fazer uma oração. Enquanto Eduardo a olhava cheia de tubos.
Um homem de cabelos grisalhos entrou no quarto com uma prancheta nas mãos.
- Senhora Lúcia ? – perguntou
- Sim – respondeu a mãe.
- A Marcela entrou em estado de coma logo depois que a senhora saiu – disse o homem de colete branco.
A mãe da garota começou a chorar e foi retirada do quarto pela mesma enfermeira que a deixou ali.
- Eu sou o namorado dela. Pode falar – anunciou Eduardo.
- Bem, a Marcela vai precisar de um transplante de coração. Sinto dizer que ela não pode esperar por muito tempo – o homem escolhia as palavras.
Eduardo olhou para Marcela e chorou.
Beijou sua amada pela ultima vez.
Andou até a recepção do hospital, pediu uma folha e uma caneta.
Na madrugada da mesma noite, o médico informou a mãe de Marcela que havia chegado um coração para ser transplantado.
Depois que cirurgia foi feita, um enfermeira entregou um envelope a Lúcia.
- O doador pediu para ler quando a pessoa que recebesse o coração acordasse.
Dois dias depois, Marcela já estava consciente.
- Mãe, onde está o Eduardo? Ele não vem me ver?
Lúcia estava emocionada. Ela entregou o envelope à filha.
- Leia. É para você.
A carta dizia assim:
“Meu amor,
Quando nos conhecemos, dizíamos que o nosso amor iria ser para sempre. Olhando para você aí nesta cama de hospital, eu pensei: ‘não pode acabar assim’. Por isso que eu decidi viver junto com você. Dentro de você. Assim estaremos preto um do outro para sempre. Eduardo”.
Marcela chorava muito. Dentro do envelope ainda havia um anel, nele estava cravado: EU TE AMO!